Si te salvas te mueres!

Estou doente. Inflamação na garganta me deixa com muita sede, acordando no meio da noite a tres dias pra beber agua que não mata esta sede.
Fico na cama, lendo, dormindo.
Escuto Los Hermanos, a Maria Rita queria ter gravada 12 das 14 músicas do Bloco do Eu Sozinho. Grande Disco, boas letras.
Um pouco de Nirvana, nem sei pra que lembrei disto, e eu gosto sim. Joguem as pedras.

E finalmente quando fico assim meio doente, me sentindo pela metade das minhas forças, lembro de um casal gripado no verão uruguayo, que paseava por Montevideo com um rolo de papel higienico para conter os espirros. Parece ridiculo. Mas é uma lembrança verde, ensolarada e quente dos teus olhos meio azuis meio cinzas. Foi numa época em que os olhos claros de mi amor lindo riram como nunca.
Esse amor cumplice que só tivemos por uma semana, que raro e precioso e escondido que era.
Hoje tenho raiva de você. Raiva por que ese amor lindo você só me deu uma vez no verão, quando ambos estavamos doentes juntos e felizes por assim estarmos.
Chego a não ter raiva de como você me tratava fora desta doença, a raiva é que você só me tratou bem assim uma vez. Porque nunca? Seria mais fácil para não ter lembranças bonitas e sentir menos raiva. Quanto mais belas as lembranças, mais raiva eu sinto de ti, por me te-las reveldo.

Desculpem a melancolia, mas estou de cama, relendo romances, lembrando passado.